No cenário contemporâneo dos relacionamentos, marcado pela influência das redes sociais e pela valorização da imagem pública, surge uma nova tendência: o “throning”. Esse termo, derivado do inglês throne (trono), descreve um comportamento no qual uma pessoa escolhe seu parceiro não com base em afinidade emocional ou compatibilidade pessoal, mas sim pelo status social e prestígio que ele pode proporcionar. O parceiro, nesse contexto, é colocado em um pedestal metafórico, funcionando como um símbolo de poder, influência e reconhecimento social.
Diferente do “gold-digging”, onde o foco está nos benefícios financeiros e na segurança material que o relacionamento pode oferecer, o “throning” prioriza a ascensão na hierarquia social e a melhoria da própria reputação. Essa tendência reflete uma mudança nos critérios de escolha amorosa, especialmente entre as gerações mais jovens, que veem nos relacionamentos uma oportunidade para aumentar seu capital social, expandir redes de contatos e projetar uma imagem mais influente e bem-sucedida.
Com o avanço das mídias digitais e a crescente importância da validação social, o “throning” tem ganhado força e se tornado um fenômeno cada vez mais comum. Mas quais são as implicações desse comportamento para os relacionamentos modernos? Esse tipo de escolha realmente leva a conexões genuínas ou cria vínculos superficiais baseados apenas na conveniência social? Vamos explorar mais a fundo essa tendência e entender seu impacto no cenário atual.
1. Definindo o ‘Throning’
O “throning” é um fenômeno que se manifesta quando um indivíduo busca um parceiro principalmente pelo impacto que ele pode ter em sua reputação e projeção social, e não por uma conexão emocional genuína. Nesse contexto, o relacionamento deixa de ser uma troca baseada em afeto e cumplicidade para se tornar uma estratégia de ascensão social, onde o parceiro funciona como um trampolim para alcançar maior reconhecimento e prestígio em determinados círculos.
Embora seja natural escolher um parceiro que traga crescimento e que compartilhe valores e objetivos semelhantes, o “throning” se diferencia por priorizar unicamente o status social, relegando aspectos emocionais e afetivos a um segundo plano. O parceiro ideal, nesse cenário, não é aquele que proporciona segurança emocional ou compatibilidade de vida, mas sim aquele que pode abrir portas para oportunidades, ampliar a rede de contatos e fortalecer a imagem pública.
Esse comportamento tem se tornado mais evidente com o avanço das redes sociais, onde a validação externa e a construção de uma marca pessoal são altamente valorizadas. Pessoas que praticam o “throning” tendem a buscar relacionamentos que projetem uma imagem de poder, exclusividade e influência, muitas vezes escolhendo parceiros conhecidos, influentes ou de alta posição social para fortalecer sua própria identidade no meio digital e fora dele.
O impacto desse tipo de relacionamento levanta questões importantes: até que ponto essa busca por status pode comprometer a autenticidade dos vínculos afetivos? E quais são as consequências emocionais para aqueles que se veem envolvidos em relacionamentos baseados na aparência e não na essência? Nos próximos tópicos, exploraremos mais a fundo os efeitos dessa tendência nas dinâmicas amorosas modernas.

2. A Ascensão do ‘Throning’ na Geração Z
A Geração Z, conhecida por seu forte envolvimento com as redes sociais e pela valorização da imagem pública, tem sido uma das principais responsáveis pela popularização do “throning”. Com a crescente digitalização dos relacionamentos, a forma como os jovens escolhem seus parceiros está mudando drasticamente. Estudos recentes indicam que usuários de aplicativos de namoro tendem a buscar parceiros aproximadamente 25% mais desejáveis do que eles próprios, o que demonstra uma tendência de aspiração social dentro dos relacionamentos.
Diferente de gerações anteriores, que priorizavam a compatibilidade emocional e objetivos de vida em comum, os jovens da Geração Z estão cada vez mais inclinados a enxergar os relacionamentos como uma extensão de sua identidade pública. Nesse contexto, escolher um parceiro com status elevado, grande presença social ou influência digital pode ser uma estratégia para fortalecer a própria reputação e conquistar novas oportunidades.
O conceito de “moeda social”, que representa o valor que uma pessoa pode agregar a outra em termos de reconhecimento e influência, tornou-se um fator-chave na decisão de com quem se relacionar. O “throning” se insere exatamente nesse cenário, onde um parceiro não é apenas um companheiro afetivo, mas um meio de ascensão social e uma peça estratégica na construção de uma marca pessoal.
Além disso, a cultura dos influenciadores digitais e das redes sociais reforça essa tendência. Muitos jovens veem no relacionamento com alguém de alto status uma oportunidade de ampliar sua visibilidade, conseguir mais seguidores, parcerias e até impulsionar carreiras. Assim, estar ao lado de alguém influente pode significar acesso a eventos exclusivos, conexões poderosas e uma projeção social mais rápida.
Essa nova forma de enxergar os relacionamentos levanta questionamentos importantes: o “throning” realmente leva a relações satisfatórias e duradouras, ou apenas alimenta uma busca incessante por validação externa? A Geração Z está redefinindo as regras do amor ou tornando os relacionamentos cada vez mais superficiais? Nos próximos tópicos, exploraremos as diferenças entre essa tendência e outras formas de envolvimento estratégico, além de seus impactos emocionais e sociais.
3. ‘Throning’ vs. ‘Gold-Digging’: Entendendo as Diferenças
Embora o “throning” e o “gold-digging” compartilhem a característica de envolver relacionamentos motivados por benefícios específicos, eles diferem significativamente em seus objetivos e na forma como esses benefícios são obtidos. Enquanto o “gold-digging” está tradicionalmente associado à busca por vantagens financeiras diretas, como estabilidade econômica, luxo e conforto material, o “throning” está ligado ao capital social e à ascensão em círculos de prestígio.
No “gold-digging”, o parceiro é escolhido com base em seu patrimônio, riqueza e capacidade de prover um estilo de vida luxuoso. Esse comportamento é amplamente documentado na cultura popular e frequentemente associado a relacionamentos onde há uma disparidade financeira significativa entre os envolvidos. Já no “throning”, o critério principal não é o dinheiro em si, mas sim a influência, o status e a capacidade do parceiro de elevar a imagem pública do outro.
A Cultura da Influência e as Redes Sociais
A ascensão do “throning” está diretamente ligada à era digital e à cultura da influência. Com a popularização das redes sociais, o valor social de uma pessoa não se resume mais apenas ao que ela possui financeiramente, mas também à sua reputação, conexões e alcance digital. Nesse contexto, um parceiro influente pode proporcionar:
- Maior visibilidade nas redes sociais (através de menções, postagens conjuntas e eventos exclusivos);
- Acesso a oportunidades de networking e conexões estratégicas em áreas de prestígio, como moda, entretenimento e empreendedorismo;
- Fortalecimento da marca pessoal, ajudando a construir uma imagem de sucesso e relevância.
Essa dinâmica faz com que o “throning” seja especialmente atraente para influenciadores digitais, aspirantes a celebridades e profissionais que dependem de uma presença social forte para alavancar suas carreiras. Ter um parceiro de alto status pode abrir portas para parcerias, convites para eventos exclusivos e crescimento profissional acelerado.
A Superficialidade dos Relacionamentos Estratégicos
Embora ambos os comportamentos envolvam relacionamentos estratégicos, a diferença crucial entre “gold-digging” e “throning” está na moeda de troca. Enquanto no primeiro o objetivo é a estabilidade financeira, no segundo é a ascensão social. No entanto, ambos levantam questões sobre a profundidade e autenticidade dos vínculos afetivos.
Relações baseadas exclusivamente em interesses podem ser frágeis e insustentáveis, uma vez que estão condicionadas a fatores externos que podem mudar ao longo do tempo. Assim como a fortuna pode se dissipar, a relevância social também é volátil, tornando os relacionamentos fundamentados no “throning” suscetíveis a rupturas quando o parceiro deixa de ser visto como um trampolim para oportunidades.
Nos próximos tópicos, analisaremos os impactos emocionais dessa tendência, os riscos de basear relacionamentos no status social e se há espaço para conexões autênticas dentro desse cenário.

4. Implicações do ‘Throning’ nos Relacionamentos
A prática do “throning” traz implicações significativas para a qualidade e a autenticidade dos relacionamentos, levantando questões sobre a profundidade das conexões estabelecidas. Quando o status social se torna o fator dominante na escolha do parceiro, aspectos fundamentais para um relacionamento saudável, como compatibilidade emocional, valores compartilhados e intimidade genuína, podem ser deixados em segundo plano.
Embora a busca por um parceiro que agregue valor à vida seja natural, no “throning” essa escolha não se baseia em afinidade emocional ou crescimento mútuo, mas sim na capacidade do outro de projetar uma imagem de sucesso e prestígio. Esse tipo de relacionamento pode resultar em dinâmicas superficiais, onde a conexão se sustenta mais pela percepção externa do casal do que por um vínculo real e significativo.
Os Riscos de Relacionamentos Baseados em Status
Quando a validação social se torna prioridade, o relacionamento pode enfrentar uma série de desafios, como:
- Falta de profundidade emocional: Quando a base do envolvimento é o status, sentimentos genuínos podem ser negligenciados, levando a relações sem cumplicidade e apoio emocional real.
- Instabilidade e efemeridade: O status social é volátil – o parceiro pode perder influência ou deixar de ser um “trampolim” relevante. Quando isso acontece, o interesse no relacionamento pode diminuir rapidamente.
- Pressão para manter aparências: Casais que praticam o “throning” frequentemente sentem a necessidade de sustentar uma imagem idealizada nas redes sociais, mesmo que os bastidores da relação sejam marcados por frustrações e insatisfação.
- Objetificação do parceiro: Em vez de ser visto como um indivíduo com sonhos, emoções e aspirações, o parceiro pode ser reduzido a um “recurso social” para alcançar um determinado status.
O Impacto Psicológico do ‘Throning’
Além dos desafios para o relacionamento, o “throning” pode gerar impactos psicológicos negativos em ambas as partes envolvidas. Para quem busca um parceiro apenas pelo status, pode haver uma sensação constante de insatisfação e necessidade de sempre almejar alguém “superior”. Isso cria um ciclo de comparações e frustração, pois a busca por validação externa nunca é completamente saciada.
Já para a pessoa que é “colocada no trono”, pode haver um sentimento de desumanização e insegurança, ao perceber que seu valor no relacionamento está atrelado apenas ao seu status e não às suas qualidades pessoais. Esse tipo de dinâmica pode levar a um sentimento de solidão, mesmo dentro do relacionamento, pois a conexão emocional genuína está ausente.
O ‘Throning’ e a Construção de Relacionamentos Autênticos
Embora a ascensão do “throning” seja um reflexo da era digital e da cultura da influência, é essencial questionar o que realmente sustenta um relacionamento saudável e duradouro. Relações baseadas apenas em validação social tendem a ser frágeis, pois não possuem os alicerces emocionais necessários para resistir aos desafios naturais da vida a dois.
Construir um relacionamento autêntico exige:
- Afinidade real e compatibilidade de valores;
- Interesse genuíno no crescimento mútuo;
- Comunicação aberta e vulnerabilidade emocional;
- Uma conexão que vá além da imagem pública e do status social.
Nos próximos tópicos, exploraremos se é possível equilibrar ambição social e conexões genuínas, além de analisar como diferenciar relações estratégicas de vínculos autênticos no mundo moderno.
5. Equilibrando Ambição Social e Conexões Genuínas
Em um mundo cada vez mais conectado e competitivo, onde a imagem pública e o status social exercem grande influência sobre as relações interpessoais, surge a questão: é possível equilibrar ambição social e conexões genuínas? A resposta está na forma como os indivíduos lidam com suas expectativas e prioridades dentro dos relacionamentos.
Buscar um parceiro que traga crescimento e novas oportunidades não é, por si só, algo negativo. Pelo contrário, muitos relacionamentos saudáveis se baseiam em parcerias estratégicas, onde ambos se impulsionam mutuamente para alcançar objetivos individuais e compartilhados. No entanto, o problema surge quando o status social se torna o único critério, eliminando qualquer consideração por valores, sentimentos e compatibilidade emocional.
Para equilibrar ambição social e autenticidade nas relações, alguns aspectos precisam ser considerados:
Autoconhecimento e Intenção Clara
Antes de entrar em um relacionamento, é essencial refletir sobre o que realmente se busca em um parceiro. Se a principal motivação é o status que ele pode proporcionar, isso pode indicar uma relação baseada em fatores externos e instáveis. Por outro lado, se a conexão envolve crescimento mútuo, aprendizado e apoio genuíno, há maior chance de um relacionamento saudável e duradouro.
Evitar Relações Baseadas Apenas na Imagem Pública
Muitas pessoas no meio digital caem na armadilha de priorizar como o relacionamento é percebido pelos outros em vez de focar no que realmente sentem. Manter um equilíbrio saudável exige que o casal se conecte além das redes sociais, investindo tempo em conversas profundas, experiências reais e momentos longe da necessidade de validação externa.
Construção de Relações Recíprocas
Relacionamentos que combinam ambição social e autenticidade são aqueles onde ambos os parceiros contribuem para o crescimento um do outro. Quando há uma troca equilibrada de apoio, incentivo e respeito, a relação se torna mais forte e menos suscetível a ser baseada apenas na projeção de status.
6. Como Diferenciar Relações Estratégicas de Vínculos Autênticos
No cenário atual, onde os relacionamentos podem ser impulsionados por interesses diversos, distinguir uma relação estratégica de um vínculo autêntico pode ser desafiador. No entanto, existem sinais claros que ajudam a diferenciar esses dois tipos de conexão:
Aspecto | Relacionamento Estratégico (Superficial) | Vínculo Autêntico (Sólido) |
Motivação Principal | Status social, influência e projeção pública | Conexão emocional, compatibilidade e crescimento conjunto |
Interesse no Parceiro | Baseado no que ele pode oferecer socialmente | Interesse genuíno na personalidade e valores |
Permanência | Frágil, pode acabar quando o status do parceiro muda | Sólido, resiste a desafios e mudanças |
Apoio e Companheirismo | Condicional, baseado na imagem pública do casal | Incondicional, há apoio mútuo nos momentos difíceis |
Expressão de Afeto | Focada na exposição digital e em eventos sociais | Baseada na intimidade, confiança e proximidade real |
Ao analisar essas características, fica evidente que relacionamentos autênticos são aqueles onde a admiração mútua, a confiança e o respeito são os pilares centrais. Embora seja natural considerar fatores como estabilidade e ambições pessoais, um relacionamento baseado apenas na ascensão social e na validação externa dificilmente se sustentará a longo prazo.
O “throning” reflete uma tendência contemporânea moldada pelo desejo de ascensão social e pela cultura digital. No entanto, sua prática levanta questionamentos sobre a profundidade dos relacionamentos e os impactos emocionais dessa abordagem.
Embora buscar um parceiro que impulsione o crescimento pessoal e social seja legítimo, a chave para um relacionamento duradouro e satisfatório está no equilíbrio entre ambição e autenticidade. Construir conexões verdadeiras exige que o status social não seja o único fator determinante, permitindo que o vínculo se desenvolva com base na confiança, compatibilidade e apoio mútuo.
No fim das contas, a maior conquista em um relacionamento não é apenas o prestígio que ele pode trazer, mas sim a qualidade da conexão e a felicidade que ele proporciona.

Reflexões Finais
O “throning” reflete uma tendência crescente em que a influência social e a percepção pública muitas vezes se sobrepõem às conexões emocionais genuínas. Em um mundo cada vez mais impulsionado pela imagem digital e pelo capital social, essa abordagem pode oferecer benefícios estratégicos, mas também levanta questionamentos sobre a autenticidade e a longevidade dos relacionamentos.
Embora a ambição e o desejo de ascensão social sejam aspectos naturais do comportamento humano, é essencial equilibrá-los com a busca por conexões autênticas e enriquecedoras. Relacionamentos baseados exclusivamente no status tendem a ser frágeis e superficiais, enquanto aqueles fundamentados na confiança, respeito e crescimento mútuo proporcionam maior satisfação e durabilidade.
Reconhecer as motivações por trás de nossas escolhas amorosas pode ser o primeiro passo para construir relacionamentos mais verdadeiros e alinhados com nossos valores e objetivos pessoais. Se você deseja aprofundar sua compreensão sobre o “throning” e suas implicações nas dinâmicas de relacionamento da era digital, uma leitura recomendada é o artigo publicado pelo New York Post intitulado:
📌 “What is ‘throning’? Gen Z’s shameless new dating trend is gold-digging with a twist”.
1 thought on “6 Aspectos do ‘Throning’: A Nova Tendência de Relacionamento”